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quinta-feira, 13 de março de 2014

Pseudopsicografia. Ou do medo.


Você veio me visitar de novo. Era quase noite, eu quase estava em casa, o seu plano quase dava certo. Eu decidi que vou parar de fugir de você. Eu já parei. Não sei mais quem escapa. Se sou eu ou você. Às vezes invento que sonho. E no sonho sonhadoinventado você não existe. Pode até existir, mas nós nunca nos encontramos. Você nunca esteve no mesmo bairro que eu. Nem no mesmo ônibus. Nem na mesma fila do mercado da esquina. Seu nome não existe no meu sonho. Nem seus olhos. Às vezes até pareço feliz. É quando acordo que percebo que, por mais que eu invente um sonho, a realidade é quem sempre me alcança.

Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.

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