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quinta-feira, 13 de março de 2014

Nocaute

Um soco. Ou como se fosse. Dá no mesmo. Bastou sentir teus olhos pesando, vagarosamente. Fixavam em algum ponto aqui dentro. Um lugar por mim desconhecido e inabitado. Reparei tuas mãos. Geladas. Imóveis sobre a mesa branca e sem graça. Ensaiei uma frase. Uma interjeição que fosse. Os lábios trêmulos me denunciavam. A isso não reagias. Indiferença era tua resposta mais dolorosa às minhas frágeis investidas. Avizinhava-se o cansaço quando desferiu-me o golpe único e derradeiro. Olhares e sorrisos teus em outra direção. Um corpo ao chão. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1.

[Só termina quando acaba. Humpf!]


Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.

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