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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Brecha

A rede no canto da sala, traçando uma linha diagonal à almofada onde encostava minha cabeça,
rente ao chão.
O dia indo-se em boa hora lá fora. O papo leve a nos embalar.
Segundos de pele na pele. Seguro a respiração.
Nove segundos. Rápidos. Suspensos.
E o toque suave do teu dedo mindinho guardado eternamente aqui dentro.
[...]
Queria deixar minha mão ali, para sempre. E deixei.
Nove segundos.
Seguia a noite.
E uma brecha de luz ainda insistia na indicação de um caminho que há muito eu abandonara.
Nove segundos não bastam para [re]começar.
Mas uma noite em claro talvez.
Ainda bem que amanhece. E adormecem aqui dentro as ideias.

Tardes de domingo são um perigo! Avisa meu coração.

Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.

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