Um feixe
de luz em minha face brincava
Feridas
abertas, portas fechadas.
Olhos
fixos no retrato,
mente
dispersa na construção do devir.
Por razão
ignorada, palavras tuas me aquietavam.
Que dizer
da espera?
Respostas
não vinham, nem as buscava.
Que dizer
da paciência e da empatia?
Basta-me
o plenamente viver.
É no
risco inteligente que gasto-me,
apesar
da teimosa nostalgia.
Encontro-me
em papéis, em memórias inacabadas
Em risos
ingênuos, embalando-me os sonhos
E a “ausência”
deles.
[Des]encontro-me
em ti, na tua voz pela madrugada.
Não.
Não busco juntar ilusões, nem as inteiras, nem as quebradas.
Não
as mesmas. Outras talvez. Ou nada.
Quantos
foram os tempos percorridos?
Pergunto-me
a cada dia.
Quais
as estradas cruzadas, as esquinas dobradas
Os céus
compartilhados?
Não
sei, tampouco saberei.
Não
é, afinal, o saber que satisfaz.
Antes
sentir e saborear.
Antes
partir, mas ficar.
Anoiteço
ouvindo-te.
E solto-me.
E jogo-me.
Como
se teu peito fosse meu abrigo.
E amortecedores
as tuas mãos.
Adormeço,
enfim.
Feridas
fechadas, portas abertas.
Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.
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