Páginas

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Alforria

Tudo é sem sentido.
Nada tem sentido.
Somos um corpo jogado no mundo.
Somos apenas sombra.
Nada é sem sentido.
And we are so young.
E não há vida que não seja pisada em pleno dia.
Nem noite que escureça pra sempre.

Já ouço os estalos.
Eu, tal folha seca ao vento, pisada, amassada e fragmentada
com o peso da vida.

Reparo uma despedida em cada canto da casa.
Os fios emaranhados.
A tv nova ainda não usada.
Os filmes e livros ainda embalados.
As frutas apodrecendo na cozinha...
Em tudo, "asa partida e dor".
A morte é minha carta de alforria.


Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.

Nenhum comentário: