Hoje pela primeira vez
reparei nos olhos teus. Mentira. Não foi a primeira vez que demorei-me por minutos inúmeros a contemplar essas duas coisinhas
miúdas e levemente caídas. Um charme. Mas hoje foi diferente. Tinha
um algo-que-não-sei-explicar. E demorei-me. Repousada em ti. Entre a languidez e a
perplexidade. Tu sorrias? Com os olhos. Era isso mesmo? Tentei tatear
aquele brilho a incendiar-me. Segurei-me no meio desse percurso.
Conheço esse trajeto. Já tentei te alcançar antes. Em vão. Tu não
o sabes, mas deixaste uma marca em algum-lugar-que-conheço-bem
(assim penso). Não é cicatriz. É uma tatuagem. Eu a escolhi. Eu a desejei. Eu quis que, ali-aqui, ela ficasse. Para sempre. Onde pacientemente mente mente mente ... e
inventa histórias para si mesma sobre alguém-que-em-algum-dia virá fazer par. Com seus olhinhos miúdos e caídos, mas brilhantes.
Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.
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