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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Texturas

“A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras.” Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso



Minha pele não me cabe mais.
Desde que chegaste aqui
Transbordaram cores, sons
Texturas, sílabas, gestos.
São teus meus mais concentrados olhares
E também os devaneios.
Meu sorriso mais sincero
Minha dança desajeitada.
É tua a espontaneidade dos gestos
E a singeleza do silêncio desperto.
São tuas as canções sussurradas,
Os ritmos, as batidas, as horas.
Os suspiros
Os suores
Os sabores
Os sonhos.
E nossa é a estrada.




[Fricciono versos na pele tua.
Aceita-os com carinho.
Carregam minha singeleza pouca.
 E um farto sentimento de bem-querer]















Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.