Era pequena ainda quando olhava sua mãe ao pé da cama.
Olhos fechados. Mão direita no coração. Semblante de quem tem fé.
Muita fé.
Palavras balbuciadas. Um singelo canto entoado.
E Laura bocejava.
O sono ia chegando e era forte como a oração de sua mãe.
E tudo acabava com um longo beijo na testa de Laura, que podia, enfim, dormir.
...
Um dia, como num relampejo, Laura entendeu o motivo de sua insônia, ao recordar as lembranças da infância.
É que suas orações nunca terminavam.
Faltava o beijo de sua mãe, que, há muitos anos, esse mundo não mais habitava.
[Aos poucos, vamos conhecendo mais de Laura, que há meses andava silenciosa pelo Fragmentos.]
Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.
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