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terça-feira, 23 de março de 2010

.Nada do mesmo.

Nada acontece. Nesse mundo inventado, [des]recriado que você me deu.
Tudo passa. É o que você me fala a cada amanhecer.
E, à noite, já não tens mais palavras. Nem gestos, sequer.
Meus olhos curiosos buscam alguma expressão.
E já imagino dentes, cílios e suor - tradução da minha vontade menos passageira.
Não busco nada, é certo.
Só fico cá com minha espera vã.
A única esperança que me orientaram não ter.
Tenho ao menos a desculpa da teimosia.
Se é para ter alguma desculpa. E tenho também sílabas silenciosas.
Além de sorrisos e seus desdobramentos que hão de vir.
Era só para ser clichê. Nada mais.



Um fragmento de Neta. Evenice Netíssima.

2 comentários:

João Paulo Pinho disse...

Profundo.
"Você sabe se agente pode comprar um buraco?" Macabéa - Clarice Lispector

Neta, Evenice Neta disse...

Menino Paul, acho que podemos cavar um. Ou viver num, é verdade... Mas nunca vi buraco à venda. Devia tá em liquidação e não vimos nem a propaganda. É, deve ser isso. =]